INCENSO...
A brisa gélida pairava, fazendo acrobacias intangíveis, dançando freneticamente, e de forma inevitável ditava sua altivez dos sentidos.
Por instantes, vontade tive de ser a fumaça que explorava de forma voraz a tua língua.
Sentia um desejo incontrolável de ser teu cigarro.
E assim permaneceria em tua boca. E assim te beijaria sucintamente.
Era uma paisagem que destoava um misto de ladrilhos brilhantes azuis, num reflexo da íris que teus olhos insistiam em competir com a luz da lua.
Confundia o tempo e o espaço em um só momento,
Ora dia, Ora tarde, ora noite... e sempre você. Somente você.
Para que, na corrente do antes, o durante e o depois,
Não feche os olhos sem antes lembrar de mim,
Sejamos ferro e aço. Fundidos no decurso do tempo.