Dentro da Noite

Quanta coisa sonho dentro da noite,
trancado em meu quarto, já escuro;
eu mesmo, vagueando inseguro,
sentindo da saudade o açoite.

Salpico nos sonhos, acordado,
seu sorriso preso a minha boca;
flor entreaberta e quase louca,
sepulcro de sonhos já passados.

E eu, inseguro nas inseguras
trilhas, dos sonhos, que eu mesmo traço,
escrevo versos que eu mesmo componho.

Transcrevo da menina as juras,
entregando-me ao seu louco abraço,
implexo na noite, perdido em um sonho.