Adeus

Não precisavas fazer silêncio.
Deverias quebrar esta solidão,
com a última palavra.
Deverias transpor esta densa cortina,
este véu quase invulnerável,
com a última palavra.
E eu ouviria o som incerto,
desta boca que me acariciou,
eu mesmo leria com estes olhos,
vagos, perdidos na limpidez dos teus,
tua última palavra.
Mas, eu não queria que fosse espúrio
e nem sentir perdulário este sonho,
com tua última palavra.
E tu terás de mim,
meu soluço naquela saudade,
minha solidão na onda
que vagueou e quebrou sozinha.
Sentirás nos teus olhos os meus,
em teus ouvidos ouvirás minha última palavra...
Adeus...