Amor de Primavera
Nos dias finais do inverno
Sementes dialogadas lembro
Caírem num solo tão terno
Do quinto dia de setembro.
Chuvas fecundas da esperança
Me trouxeram você e as flores.
Nuvens cinzas, que a bonança
Trocou por um arco de cores.
A primavera então chegou sim
Aquecendo tudo, até meu coração
Ela estava despertando em mim,
Na latência, a mais pura paixão.
O cotidiano era um presente
Mesmo sem te abraçar ou olhar
Pois a sua existência patente
Trazia tanta felicidade ímpar.
Até que aquela noite chegou
No sétimo dia de outubro
Tal beleza da praia acabou
Em face do teu deslumbro.
Lírios, margaridas, rosas na mão
Se perderam no teu sorriso lá
E o coração tal qual embarcação
Foi contigo pra nunca mais voltar.
A canção ainda reverbera dentro:
“Se você quer ser minha namorada”
Resquícios do treze de novembro
Quando pedi a tua mão tão amada.
Tantos momentos vividos
A praia, a lagoa, o cinema
Não esqueço! Foram lindos!
E transcendem esse poema.
No meu universo particular,
O amor perdura incondicional
Não uso o realismo do findar
Para o que sinto tridimensional.
Eu já estive na Eternidade, Era
Com cheiro doce de Primavera
Que coube o infinito todo dentro
De setembro, outubro e novembro.