Boca da Noite
Sem perder a consciência,
Construí tijolos de sentimentos,
tábuas e pregos de lamentos
Coloquei portas de amor,
janelas de olhos e cimento
Curvei estradas retas
Vesti roupas da minha pele
Pintei beijos do meu sangue.
Desenhei a boca da noite incerta
Para não falar de mim
Escondi meus trapos
Em algum lugar bem longe, enfim.
Andei atrás da Luz do sol
Com medo de perder a sombra
A tarde sonolenta dos anjos
e querubins.