PAIXÃO DESENFREADA
Sou água de corredeira
Vivo a despencar de cachoeiras
O meu poder desbarranca
Ninguém me prende
Ninguém me tranca
Porém você menina
Que tanto me fascina
Com sutileza mudou a minha sina
Deixei de ser água de corredeira
Agora sou água da sua piscina
Quando em mim mergulha
Não sei se sou
Reconcavo ou reconversor
Balançando-me, fico tremendo
Refresco o seu corpo, me deliciando com a cena
Suas braçadas, são abraços divinos
No final da tarde, quase em prantos
Imploro ao sol para que não vá embora
Pois quero tê-la pela vida inteira
Quando a noite chega
Trás calmaria e tristeza
Tu dormes no manto das lembranças
E eu sou acalentado pelo sereno
Cochilo no sonho do teu corpo,
Sinto o gosto dos teus lábios,
Enxergo os olhos que me viam,
Os cabelos que afaguei...
Revivo os sorrisos que dera em mim
E no barulho do meu silêncio
Caio na risada.
Já estou vivendo em você
Lembro-me que também sou
Poeira de vento.
Desloco-me em pensamento.
Saio correndo, esvazio a piscina.
Busco a “dama de negro”
A minha eterna menina
Fico admirando as marquinhas...
Esculpidas pelo sol e refrescadas por mim
Ummm!
Como é bom pensar!
Sou poeira de vento
E água de corredeira
Ninguém me prende
ninguém me tranca
Com exceção de você
que me aprisiona
Na "gaiola" da sua essência
Me transforma no seu beija-flor!