TODAS AS NOITES
TODAS AS NOITES
Ao longo da noite escura
Eu sinto um grito me subir desde os rins
Que me sobe torturando o coração
Vibra em minh'alma feito um açoite:
Ondas a ponto de se oralizarem.
Mas, ao tocar as cordas vocais,
Retem-se, aprisionado, na garganta.
No silêncio do meu quarto
Só se ouve as batidas do meu peito.
São elas que gritam silentes.
São elas que m'expõe.
Apenas eu as compreendo.
Elas se traduzem dizendo:
Eu te amo.
Betim - 10 09 1992