Amianto

A noite está fria

O sangue quente que

Borbulha em meu corpo

Corpo coberto de paixão

Deixa-me meio coberto

Coberto pelo teu cheiro

Amianto

Preto escuro que invade meu ser

O vento bate em meu assoalho de madeira

Que movimenta-se em barulhos acolhedores

Envolve-me assustadoramente

Carrega-me para lá

Lá é onde encontro teu amor

Longe de tua dor

Perto de teu esplendor

Onde mora teu coração

Não me faça sorrir

Nem soar pela solidão

Não me faça chorar

Nem limpar o chão com o casaco que me destes

Acalma-me

Beija meu pescoço

Oh, nesta solidão

Que beira meus medos

Faz-me teu

Nesta eterna solidão

De braços abertos

Te entrego meu ego

Que puseram em meu coração