“Na linha entre o ir e o vir

o barco da vida balbucia.

Âncoras de dor e mistérios

comandam o leme enlouquecido.

Não pode haver renúncia ao prazer,

mas o barco balbucia...

É preciso que o tempo espere

os ventos do destino;

o tempo é sempre jovem

e impaciente o coração.

Talvez não haja monstros no canal,

mas e se houver?”

 (Solange  Mingorance - Monstros no Canal)

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 O   Barco   da   Vida


 

Na linha entre o ir e o vir,

eu caminho, sem sombrinha.

Que equilíbrio pode vir,

pra que eu não siga sozinha?

Essa vida, esse horizonte,

não me deixem sem você.

A ida conduz à fonte,

e o barco, assim se encaminha,

 

rumo ao destino porque

não consegue resistir.

Mas a vida , o que traz,

o que leva, sem pedir,

sem zelar por nossa paz?

Não há meios de ancorar,

nem de deixar a baía,

não há como se salvar...
 

Na linha entre o ir e vir,

o barco da vida balbucia.
 

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