Regozijarei destes tempos!
Lembrem-se,
Refresque a memória,
Pois é dia de hoje,
Dia dessa gloriosa escória!
Revelou-se a mim um sorriso que eu nunca tive,
Por dias e meses que me contive,
Digo-vos que sou nativo de todas as trevas,
Serei o bom mal de todas as eras.
Subi as montanhas destes sofrimentos,
Para o raio rubro me cobrir de razão,
Que são os fins dos meus tormentos,
Pois prevaleceu a união.
A luz que me toca nesse mundo quebrado é de amor,
Pois dessa dor posso eu sentir prazer,
Farei desse odor,
O perfume do meu ser.
Ajoelhem-se ao Rei desta dinastia!
Pois sou o usurpador de heresia,
Vida longa e três saudações,
Pois hoje serei o centro das canções!
Quem disse que serei sozinho nesse mundo distorcido?
Apenas estou me levantando no mundo recaído,
Mostrarei minhas garras,
Erguerei minhas asas,
Serão todos seres em minhas caças!
Agora mostrarei porque brilha o céu amargo,
Por quanto demonstro desprezo na vida mundana,
Minha empatia só pode ser humana!
Vida longa ao Rei!
Vos serei!
Eu sei!
Diante das minhas asas que cruzam os rios,
Dos delírios diante meus cílios,
Escolheram fazer sangrar o filho errado,
Pois banharei teus sonhos com meu corpo iluminado!
Eu sou corvo filho de Deus,
Sangro como os seus,
Sou enamorado da mais bela pássara desta constelação,
Desta vida, deste mundo, desta encarnação!
A ti confio, mulher minha toda minh’alma,
Enquanto não posso entregar ao Senhor da Graça e Calma,
Pois de ti, vi D’Ele o véu branco,
Que me faz motivo de canto.
Faço deste mundo nosso ninho de amor,
Me fez conhecer o suar,
O prazer,
A razão de ser!
Digo a quem quiser,
De quem ouça ou despreza,
Não tenha pressa,
Pois viver, viverei para vencer.
Como se sentem que o exílio foi motivo de amor?
Que a nossa alegria é a ausência de dor?
Conseguem ver-nos nestes astros?
Que somos aromas dos destinos dentre mastros?
E depois de um ano,
Ela se juntou a mim com seus dedos,
Cravou e provou de mim novamente,
Em um momento que nenhum corpo mente,
A saudade,
A vontade,
O amar de verdade.
O frio da janela,
A fala singela,
Só havia juras de amor,
Não tinham ações mais tagarelas.
São mordidas,
São lambidas,
São desejos,
São ensejos.
Todos aqueles que nos foram aprisionados,
Mas quebra de correntes de enamorados,
Não foi apenas amor,
Foi ato de liberdade.
Há quem diga que eu sou o mal de sua alma,
O bote venenoso,
Eu sou foice, sou arma,
Mas sou vento cauteloso,
A partir de hoje ninguém retirará de mim,
Estará em asas de marfim,
Penas de carmesim,
Amores sem fim.
Mostrarei as garras e a bocarra,
Não tenho medo de amarra,
Muito menos de grilhões,
Pois parei qualquer um sofrer,
Seja em um ou em milhões!
Eu sou trevas,
O cavaleiro que Deus escolheu na escuridão,
Não sou digno desse presente,
Mas foi o destino desta canção!
Já aos invejosos,
Conseguem ver os olhos nossos?
Como sem qualquer toque há sintonia?
Como sem qualquer ato não há covardia?
Ninguém conseguirá tirar essa união,
Pois desse laço há um sermão,
De ser feliz com demonstração,
Cansamos de esconder essa emoção.
Para quem nos ama mas não nos aceita,
Aprenda essa receita,
Desse plantio há colheita,
Perpétuo somos nesta vida inteira.
Aos curiosos,
Jamais saberão o sabor de vosso lábios,
Nem das escritas de vossos alfarrábios,
Sem amigos receosos.
Ninguém sabe como é rasgar por delícia,
O sabor dessa premissa,
Não saberão o que é chamar de gostoso,
Muito menos vosso gosto.
Nem como é feito para encaixar penas,
Muito menos fraqueje de pernas,
De mastigar e não comer,
De chegar ao ápice do vamos ver.
Aqui digo que nesta encarnação meu gosto não terão,
Muito menos o rosto dela verão,
Nem saberão como a menina que se esconde,
Eu sou dela o Conde.
Ao destino, nos aguardem,
Mesmo que nos matem,
Somos um só desta vez,
Pois a chama dessa relação,
Reacendeu de vez.
Contentem-se com a imaginação,
Pois não nos verão em ação,
Nem o suor nem lubrificação,
Muito menos o grito de emoção,
Imaginem os dedos e as cordas,
Desse ninho de canção.