Aos rebentos da rosa perfumada
Era noite romântica na rua afora
Meu rádio tocava Marisa Monte
Mas em meu peito chovia
Era a ausência
Era vontade de ter
E tudo o que eu podia desejar
Era morrer de amor
Afogar-me nas águas poéticas
Depois cair de algum lugar
Com a cabeça cheia de vinho
As luzes dos postes acesas
Casais com sede de jazz
E eu com fome de você,
Devo ser louca
Amar alguém que mal sabe o meu nome
Que pega o seu violão
Iludindo-me por inteira com sua canção
E eu poeta metamórfica
Caindo aos rebentos da rosa perfumada
Perdidamente apaixonada
Ora os espinhos me furam
Ora cheiram o meu sangue
É o meu coração chorando o bastante
Gotejando versos
Que as vezes o vento leva
E eu sem pressa
Vou cambaleando sem destino
Sentindo cheiro de vinho
E querendo que a bebida seja você
Viciando o meu viver