Sabiá
Não li a última de suas cartas,
Tampouco, o desamor que nelas havia.
Mas é inegável a presença de suas marcas.
Seu corte no amor que eu sentia.
Ouvi teu canto nesta manhãzinha,
A melodia vinha de um sabiá.
Parecia seu eu que me tinha
Diferente deste, que outrora fazia-me chorar.
Cheguei a avistar o pássaro que tu mandaste.
Tão belo e airoso como tu.
Chegou a banhar suas plumas de majestade
Na imensidão daquela água azul.
Bobalhei minha vista nas cores daqueles voos
Que nem percebi a queda da sua carta das minhas mãos.
A água que banhava meus pés a levou
E já não adiantaria autoimpor repreensão.
Para uma bela surpresa,
Veio buscar minha resposta pessoalmente
Pousando sua ascensão sobre a mesa
Fitando minha expressão reluzente
Pus a profeciar nosso amor...