Namoro da lua com o sol
Gilberto Carvalho Pereira - Fortaleza, CE. 12 de março de 2020
Acordei cedo, já amanhecendo
Poucas nuvens pintam o firmamento
A paisagem é linda, a lua ainda acordada
Como esperando o seu amado sol,
Que, retarda, sempre chega ao alvorecer.
Ela sabe, ele é boêmio, como tal vive na noite
Espreitando, às escondidas, os ternos amantes
Talvez querendo aprender com os humanos
Carícias para praticá-las em sua amada lua,
Cansada de promessas já não acredita mais.
Em busca do prazer proibido, gosto eterno da traição
Pela manhã o sol aparece, espalhando o seu brilho
Intenso, cheio de calor, juventude, alegria e esperança
Para mais um dia de trabalho produtivo, frutífero.
E a lua, com vergonha das traições de seu belo astro,
Recolhe-se, vai-se escondendo não quer participar
Com vergonha da sua rival, Terra, afasta-se, tímida,
Metamorfoseando-se, de completa, linda, para invisível
É a preparação para o surgimento de uma nova lua,
Na esperança eterna de mais um encontro de amor.
Retornando lua nova, jovem, objeto de desejo,
Procurando atrair o amado, que pouco percebe
A mutação que a envolve, às vezes, por ciúme,
Eclipsando a rival, ofuscando-lhe o brilho,
Embora que seja, apenas, em raros momentos.
Não satisfeita, enche-se de brilho, agiganta-se,
Plena em sua totalidade, em seu ápice, distribuindo
Beleza por todo o corpo de sua rival, iluminando-a,
Querendo dizer “eu sou mais eu”, por toda a noite.
E, assim, transcorrem-se os dias em fugas eternas!