SINGELEZA

Quando havia singeleza

bastava uma flor nos cabelos

pra moça derramar beleza.

E corações aos atropelos

olhavam essa moça passar

E no corpo, pra perfumar,

ela passava água de cheiro

que deixava perfume no ar.

E queria que o primeiro

que sentisse aquele cheiro

fosse o belo vaqueiro

que vivia pra trabalhar.

Vestido que seu corpo enfeitava

era pro moço olhar e pensar:

Ah! Se eu pudesse eu tirava

esse paninho bonito

que ela tira quando lava

o corpo que, está escrito,

um dia irá me aceitar.

A vida seguiu seu caminho

sem ninguém nada obrigar.

E o que estava escrito

era destino bendito:

a moça do corpo cheiroso

e flor nos cabelos,

de um jeito muito singelo,

se deu ao vaqueiro garboso

e ele, agora, fica em casa

e quase nem quer trabalhar.

Silva Edimar
Enviado por Silva Edimar em 11/03/2020
Código do texto: T6885695
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