Transborda

E do nada tudo transborda

enche, abala, estoura

se rasga com pressa sem brecha pra nada

e corta, sangra feito navalha

E se cala

Desnuda resvala, em tudo que existia

e lento se apaga na mais pura desistência da alegria

E fundo se acasala

embrião da agonia se instala

em braços de tristeza e melancolia

Olhos que não enxergam mais nada

O só, é o que agora se tem

não há lua nem sol no seu dia

apenas a cama cansada que se afunda

esfria num canto vazia

salvador.ba | 2019

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Rinaldo Santo
Enviado por Rinaldo Santo em 10/03/2020
Código do texto: T6884605
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