Meu Toque

Beijarei seu coração antes que sua boca

Saberás quando o toque gelado,

Denso dos meus lábios

Tocarem seu mais íntimo

e secreto órgão.

Beijarei seu coração antes que sua boca.

O úmido, quente, frio

Do atrito do meu toque.

Não saberás de onde vem,

Como agulhas jogadas em seu peito;

Um poeta não possui lábios de carne,

São feitos de espinhos gelados.

Curiosamente passivos, somos

Aquele que rasga, que esquenta

Que te atrai a afeição.

Beijarei seu coração antes que sua boca

Nada poderás fazer diante isso,

Como a ansiedade latejante em seu peito

Chegarei e partirei como uma agulha

Que entra e sai de sua carne,

Uma leve dor seguida por ternura.

O amor nasce do sangue

O sangue escorrerá

Quando meus lábios chegarem a ti.

Convenhamos, seu coração

Não possui defesa em frente ao poeta

Nu e vulnerável ao meu toque,

Fuja, esconda seu coração de mim

Mas nunca mudarás o fato de que

Beijei seu coração antes que sua boca.