Indiferença...

É tão triste um amor assim

Que vive doendo dentro de mim

E tão doída vem a noite

Desfrutar de minhas ilusões

Amor que nasce e não se explica

E toma todos os meus sentidos

Como me fazendo sentir dona

De um amor tão indiferente

E na indiferença cala

E me contento com o nada

Quando mansamente te afago

E adormeço no vazio

E minh'alma freme em dor

Enfurnada põe-se a chorar

Ah! Quanta dor em minha loucura

Se presa me vejo lucidamente!

Às vezes és tão volúvel aos meus olhos

Mas em contentamento me arvora

E liricamente canta num verso

Matando na ira minh'alma.