Ah... imagino, sim !
A língua que por ventura
invadisse os poros como um dia de verão
[ Que pusesse a corda no pescoço
e sal no espírito ],
língua ligeiramente invencível,
ressoando vida até a garganta !
Imagino-a tocando-me tão viva
e tão coroada de ardor
- uma estrela, um canto, uma estrela cantante
à minha mente alucinada
Ocupo-me de pensar
no fogo que me ferisse,
que me tirasse ou me sepultasse
nas trevas de vez !
Imagino como poderia vergar a carne,
os ombros, os seios, as coxas ;
estremecer o silêncio
e sobre o quadril, arrancar música
Se soubesses quanta fome pesa
no meu coração,
entenderias que a tua língua,
poderia me salvar como uma palavra .