POEMA DA AFABILIDADE
Quisera eu que fosses deveras humano,
para que minhas mãos se ocupassem de tecer
aconchegos e carinhos de seda pura
e assim poder te contemplar, vestido
de trajes extraordinários a atrair a
atenção dos passantes e leitores que apreciam
os personagens lendários.
-Assim eu te queria vestir!
Quisera que fosses deveras humano,
para que meu olhar te cobrisse de brilhos
todos os dias e noites,
meus olhos postos em ti,
e tu, inundado por uma auréola rutilante
serias semelhante àquele que foi
coroado pelo Sol.
Quisera eu que fosses deveras humano,
assim, meus lábios, minha boca seria
Oásis onde matarias tua sede,
meu colo o calor mais terno no final
de cada dia fatigado pelo trabalho,
e minha voz, canção de amor para o teu sono
acalanto e conforto nas horas tristes.
Ah... se fosses deveras humano,
eu me permitiria ser ainda mais
teu brinquedo infantil,
seria tuas ferramentas de ofício,
instrumentos onde no declínio da vida
louvasse o próximo cerimonial da última partida.
Ah... se fosses deveras humano,
ó maravilha de minha poesia...
eu seria tudo, tudo em tua vida!
Porém, eu mesma sei que nada sou
não sou nada, nem nada serei
além dessa inquietação e desejo
impossível de ser!
Oh!! E pensar que se fosses deveras humano,
minhas mãos se ocupariam de tecer
aconchegos e carinhos de seda pura
e assim eu te contemplaria vestido
de trajes extraordinários!!
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Inspirou-me: Cecília Meireles
(Poema da ternura)
Pesquisa de imagens:
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