Francisco e Eu
Minha rotina eu fazia
Precisava estudar
Ir à faculdade todo dia
Seria pra namorar ¿
Lá sempre encontrava
Um rapaz alto e forte
Que faria um Juramento
De me amar até a morte
Bonitão, mas não se ligava
Que a mulher que ali estava
Com aquela cara de brava
Poderia lhe dar asas
Para montar sua nova casa
Dois filhos, lhe daria
Em pouco tempo seria
De convivência feliz
Paz e Harmonia
Levanta as calças
Arruma os ócukos
Sem dar bola pra torcida
Tinha seu fã clube garantido
Erenice. A Cris e a Cida
Gostava de estudar
Todo dia na biblioteca
Não precisava da desconhecida
Porque tinha a atenção da Teka
Surgiu então a oportunidade
Foi na aula de Projeto
Um grupo estava completo
E o futuro mais do que certo
Ele logo me zangou
Queria mandar em tudo
Não queria a opinião do grupo
Achava-se dono do Mundo.
- Que há com essa mulher ¿
Terá o rei na barriga ¿
Sou Macho do Ceará !
E ela da Paraiba ¿
Pensou logo na estratégia
Para então se aproximar
Seu repertório de anedotas
E Eu, não iria escapar.
Com tantas estorinhas
Muito me divertiu
Aproveitou o momento,
E o cinema sugeriu
Não pestanejei em aceitar
O convite atentador
Iriámos formar um par
Um ninho de amor
Começamos o namoro
Sem pensar no depois
Regado a vinho tinto
No “Um Dois Feijão com Arroz”
Três anos se passaram
Para confirmar o enlace
Não demorou muito
Para que a notícia se espalhasse
Dia do casamento
Na Igreja de Sant”Ana
As famílias organizadas
Para uma festa bem bacana
Era uma noiva feliz
E entrei tão sorridente
Mas não pude conter a emoção
De no altar ver meu pai doente
Meu irmão me conduziu
Pelo braço, até o noivo
As famílias reunidas
Faria tudo de novo
União de cearense com paulista
Ele, um professor,
Quase um equilibrista
Sempre me incentivava
E eu, metida à artista.
Francisco,
Um livro já escreveu
E depois da convivência...
A repentista sou eu.
• “Um Dois Feijão com Arroz “ = Nome do restaurante (Av.Ipiranga)