NO TREM DAS ONZE
Ao manejo do meu braço
Eu escrevo com um pedaço
De uma brasa apagada
Na parede do meu quarto
E no outro dia eu parto
Com a passagem reservada
No trem das onze horas
Onde viajam muitas senhoras
Com destino a jaçanã
Que se eu perder esse trem
Hoje outro não tem
Só amanhã de manhã
E além disso senhora
A solidão não ignora
Que o dinheiro acabou
Só posso ir no passo
Acontece que estou descalço
E minha calça já rasgou!
Escrito as 17:47 hrs., de 28/02/2020 por