ÚLTIMO ABRAÇO

Lucidez e amor: andam de mãos dadas.

E assim, em suspirar profundo, contido!

Extraímos estabanados as superfícies floridas

De nosso jardim adubado de exterioridades,

Irrigado com previstas fantasias e contradições,

Faceirados pelas fábulas que arquitetamos.

Olhares estarrecidos, aflitos e sem chão

Se fixaram no outro, se vendo, surpresos.

Abraço de amigos que pisam o ponto final,

Sorriso por fichas que mutuamente caíram.

Entendimento pleno do necessário partir.

Bom que doloridamente unilateral, não foi.

Sem vítimas rompe harmonioso casal.

Sabedores que findou não uma ilusão,

Não uma opróbria distopia premeditada,

Mas, pulcra e suave vontade fálica tentada.

Certezas: eterno foi, enquanto durou.

Cesar de Paula
Enviado por Cesar de Paula em 28/02/2020
Reeditado em 01/03/2020
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