ITINERANTE

Andando pelas ruas de um asfalto que beira o deserto,

Um sol no céu aberto leva a poeira em um coração coberto,

E a ardência dos calos nos pés revelam o tempo da andança,

Mas no peito as batidas permitem uma dança, de quem vê no vento a esperança.

Nesse sufoco

Um peito oco

Num mundo louco

Sentindo pouco

Até você e outro

Se misturar

Faltando o ar

Enamorar

Se entregar

Sem se calar

Coisas do amor

Nasce uma flor

Com seu odor

Meu resplendor

A seu dispor.

Agora pelo caminho vês meu espinho que ultrapassa meu trapo de linho,

Mesmo assim parece não importar, sorri para mim e fico sem ar,

O seu olhar me faz sentir bonito, parece ver coisas do espírito,

E agora não posso hesitar, porque o sol está de rachar.

Nesse instante

Sigo radiante

Meu itinerante

Sentimento abundante

Nosso adiante

Nos misturar

Faltando o ar

Enamorar

Nos entregar

Sem nos calar

Coisas do amor

Nasce uma flor

Com seu odor

Meu resplendor

A seu dispor.