Estranheza

Que corpo é esse?

Essa carne que não se basta

Batesse um vento... voava!

Que come e não larga a fraqueza

Essa estranheza que não se sustenta

E bota ferro, vitamina e gordura

Come banana, couve-flor e verdura

Corre, caminha, exercita

E nada do que faz, explica

Essa estranheza que não se sustenta

Os anos que parecem um açoite

Nas costas que doem na noite

E o peso nos ombros só aumenta

Na perna que já não aguenta

Essa estranheza que não se sustenta

Mas basta abrir sua boca,

Ouvir cada palavra solta,

Sentir que não há remédio no mundo

Que cure o tal moribundo

Só de olhar em seus olhos

Ver bem no fundo da alma

A dor que nada ameniza

Pra saber que bem mais que comida,

É de amor que esse corpo precisa!