Amores no jardim
No florido pomar santo
Revestido de jasmins
Perdurava, à muitos anos
Amores neste jardim!
Hortênsias e margaridas
Em juras diziam sim
Sem se tocar criavam vidas
Eternizando este jardim!
Manacás e quaresmeiras
De longe eram afins
Desciam em águas de corredeiras
Das serras até o jardim!
Ipê acalenta dormideira
Entenderam-se, enfim
Trocaram carícias e brincadeiras
Alegrando este jardim!
Os cravos beijavam rosas
Numa paixão, sem fim
Mas ervas daninhas perigosas
Ameaçavam este jardim!
No vergel, lamúrias e dor
Precisava-se, dar um fim
Nasce então um novo amor
Pra salvar este jardim!
Na proliferação do infortúnio
Das plantas, malditas e ruins
Copo-de-leite e Antúrio
Casam-se neste jardim!