A BELA DA TARDE
Comigo ela já não anda,
Comigo ela já não caminha,
Comigo ela nem fala
E nem o meu nome chama.
Queria minha amizade
E eu lhe disse não,
Te aceito como sou
Mas com esse grande amor
Que guardo para te dar.
Assim, serei teu escudeiro,
Teu Lancelote Primeiro,
Não um Navio Negreiro,
Mas a Caravela Primeira
A navegar em alto-mar.
Contigo navegarei,
Por águas dantes nunca vistas,
Por mares nunca dantes navegados,
Teus sonhos, serão os meus sonhos,
Atua liberdade a minha será.
A falta que tu me faz é grande, grande demais,
Na solidão do meu quarto
Eu beijo o teu retrato,
Mas a tua amizade
Eu não a quero jamais.
Tão bela e tão formosa,
A bela da tarde orgulhosa,
Teima em não me aceitar,
Vai eu com meus sentimentos,
Expressos nesse poema,
O seu amor implorar.