EXÍLIO
Exílio
(Milton Pires)
Quando eu escrevia nas horas
insones que ao Sol precedem,
era de ti que me lembrava…
De nossas conversas fiz orações
intermináveis para que um retorno
no tempo me possibilitasse dizer-te
quanto te amava de uma forma mais
branda, menos orgulhosa, mais humana
porque percebida seria como algo que
eu haveria de deixar no tempo como
refutação destas outras horas…
Destas noites tristes em que
tudo que não é tua voz, teu
sorriso, tua risada, não me traz
alento, não faz senão tormento
neste eterno existir da vida de
exilado sem sentido...de ser
humano que não mais vive…
Mas que, mais bem, apenas
sobrevive na ausência
do teu Amor…
Fevereiro, 2020.