CANTINHO
Sou um poeta solitário
Talvez o último dos românticos
A cantar as desventuras da vida
Reverberar os desencantos da alma
As tristezas do coração
Confesso a você, caro leitor
As razões de meu sofrer
O amor que em mim se instalou
Mas ao fim não prosperou
Mais doído não poderia ter sido
Um relicário de tristezas
O fim do que sequer começou
Estou perdido neste mundo
Não tenho onde ficar
Não sei pra onde ir
O que me resta fazer
Encontrar alguém que me acolha
Me abrace e me dê seu carinho
Divida nem que seja um cantinho
Pra expulsar de uma vez
A solidão que ocupa meu ninho