Despedidas

Prometi não voltar atrás

Mas receio não ser mais capaz

Não é só tua dor que me caça

Consideremos uma trapaça

Em meio a minha tormenta de dores

Eu te acho, e te nego;

Uma âncora forjada pelos braços

Daquele que por muito esteve cego

Radiante, um forte farol

Iluminou, deu-me a mão;

Mas a luz que viera ajudar

Ofuscou meu fraco lampião

Atordoado, procuro outras direções

Me escondo, me nego, fujo das emoções

Confesso que sou fraco por este amor

O farol que leva às rochas é o mais tentador.

Me sinto obrigado a seguir meu caminho

Tal sentimento involuntário, o qual senti sozinho

Deixarei neste mar, afogado em escuridão

A culpa não é sua se inventei essa paixão

E hoje, perturbado em meio a tantas despedidas

Prestes a perder as coisas por mim mais queridas

Distancio-me chorando, mesmo que por dentro

Infelizmente tudo que escrevo se torna um lamento

E frágil, novamente penso em ti

Isto não acabou no dia em que parti

Mas com o tempo quem sabe

Eu venha a te esquecer

Um amor tão bonito

Que não veio a florescer

Espero que encontre alguém a quem ames

Que te escreva poemas, no escuro tu chames

Que te abrace, te esquente

No mais frio inverno

Falará que te ama

Vestido em um terno

Que tu seja feliz, siga tua vida

Com o tempo curarei minha ferida

Mas por enquanto lamento, sozinho e no breu

Pelo infeliz fato de que esse alguém não sou eu.

Andrey Bettes
Enviado por Andrey Bettes em 05/02/2020
Código do texto: T6858570
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