Despedidas
Prometi não voltar atrás
Mas receio não ser mais capaz
Não é só tua dor que me caça
Consideremos uma trapaça
Em meio a minha tormenta de dores
Eu te acho, e te nego;
Uma âncora forjada pelos braços
Daquele que por muito esteve cego
Radiante, um forte farol
Iluminou, deu-me a mão;
Mas a luz que viera ajudar
Ofuscou meu fraco lampião
Atordoado, procuro outras direções
Me escondo, me nego, fujo das emoções
Confesso que sou fraco por este amor
O farol que leva às rochas é o mais tentador.
Me sinto obrigado a seguir meu caminho
Tal sentimento involuntário, o qual senti sozinho
Deixarei neste mar, afogado em escuridão
A culpa não é sua se inventei essa paixão
E hoje, perturbado em meio a tantas despedidas
Prestes a perder as coisas por mim mais queridas
Distancio-me chorando, mesmo que por dentro
Infelizmente tudo que escrevo se torna um lamento
E frágil, novamente penso em ti
Isto não acabou no dia em que parti
Mas com o tempo quem sabe
Eu venha a te esquecer
Um amor tão bonito
Que não veio a florescer
Espero que encontre alguém a quem ames
Que te escreva poemas, no escuro tu chames
Que te abrace, te esquente
No mais frio inverno
Falará que te ama
Vestido em um terno
Que tu seja feliz, siga tua vida
Com o tempo curarei minha ferida
Mas por enquanto lamento, sozinho e no breu
Pelo infeliz fato de que esse alguém não sou eu.