PEGA
Leia o aviso, ele é muito conciso e diz que o seu tempo terminou,
É hora da entrega, do pega, de não querer sair, depois de entrar,
De minar o equilíbrio que as pernas mantinham e não sustentam,
Enfrentam o frenesi intenso, descartam desistir, ainda mais agora.
Já passou da hora de flexibilizar a ilibada conduta e perder a luta,
Aceitar fulgazes desvios de fraquezas humanas tão escancaradas,
Concatenadas para materializar o que consumiu uma alma inteira,
A febre ligeira que passa dos quarenta, só cede depois de queimar.
Se é para mergulhar, que seja bem fundo, e que se torne o assunto
Mais comentado dentre as postagens, imagens mais inimagináveis,
Riscos temerários, arrojados itinerários, para quem muito caminhou
E percebeu a vida breve como a neve nos trópicos, final de estação.
Afaste-se da coberta, ela não deixa ver a pele e marquinhas de sol,
Férias na praia que já ensaia repetir no próximo ano, este é o plano,
Eu, porém, aceito contemplar umas míseras horas que foram dadas,
Todas destinadas a mostrá-la desarrumada e ainda muito mais linda.