No romper das demoras
Daqueles tempos foram feitos rascunhos.
Perdidos na lembrança outros tantos pergaminhos.
Cartas, bilhetes, mensagens, velhos escaninhos...
Restos de um amor registrados por fiéis testemunhos.
Sei que percorri caminhos distantes dos sóis.
Penetrei o negrume de tantas noites sem lençóis.
Tantas dores para perceber aquilo o que eu já sabia.
Ali, naqueles momentos, apenas minha vida escorria...
Retorno à verdade em meus longos passos.
Transito minha lentidão em apressadas horas.
Imensos céus, incomensuráveis espaços,
vislumbrando a felicidade no romper das demoras...