DE AMOR QUE SE MORRE

Atire a primeira pedra quem ainda

não se atirou pelo vão da janela

teve vontade à beira do precipício

na mesa afogou a saudade num porre

esqueceu as horas sentado no batente

desenhou rostos em folhas de ofício

asas de Ícaro num voo da torre

trocou nomes pelo guardado no subconsciente

ensaiou beijos e abraços diante do espelho

repetiu a frase antes do encontro

pediu perdão sem ter cometido erros ´

trocou a cor amarelo pelo vermelho

esqueceu compromissos perdido no tempo

refez caminhos passando por atalhos

embaixo do cobertor chorou sozinho

conheceu o mundo em viagens imaginárias

pra sentir o toque se fez de alguém

e um dia jurou nunca mais amar ninguém.

Só quem nunca teve a sorte de um grande amor

não sabe que é dele que a gente se alimenta

nem entende que morrer de amor, é viver dele.

Henrique Rodrigues Inhuma PI
Enviado por Henrique Rodrigues Inhuma PI em 01/02/2020
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