Quebrando Pratos (Lacra)
(Milton Pires)
Foi meu amor quem te
escolheu, não fui eu...
Lutei por teu amor como
um tigre acuado, vi em ti
a mulher da minha vida e
mostrei aquilo que julgava
ser o pior e o melhor de mim
Quiseste me “domesticar”, de
mim pensaste possuir a chave
capaz de comutar, de trocar sem
dano algum, meu amor de macho
pela minha amizade efeminada...
Te enganaste, não foi?
Pagaste preço máximo pela
rejeição do meu amor. Jamais
fui domesticado por ti numa
amizade canina de fêmea
com pênis...
Por ti sofri quando vi teu
carinho, teus beijos de mulher
carente distribuídos àqueles que
de ti nada sabiam…nada queriam
conhecer que não fosse teu corpo…
Perdi, mas perdi por te querer
mulher inteira, desesperada por
cuidado, por controle de homem
que, sabias bem tu, só poderias
dominar te submetendo ao meu
domínio! Fui derrotado mas enfim
te esqueci…
Tu me derrotaste...mas
jamais me esquecerás...
(À memória de Charles-Pierre Baudelaire (1821-1867)
que deixou tudo isso escrito no Céu...muito antes de
mim...)
Porto Alegre, 28 de janeiro de 2020.