Da ignorante escolha de não amar

A abertura para o amor tem aparência de precipício.

Talvez por isso amar é abrir-se ao destino sem firmar nenhum contrato de seguro.

Daí a necessidade pós-moderna de preferir falar de amor sempre com o verbo “fazer” em sua precedência:

— não se guarda intimidade, é mais suave que a expressão “transar” ou correlatos e, ademais, o indivíduo não se coloca em situação de alto risco emocional.

Ocorre que todo esse receio e essa busca por rosa sem espinhos é burra na medida em que guarda-se amor para a próxima vida, sendo que esta, via de regra, e para bem e para mal, não há.

Jonas Sales
Enviado por Jonas Sales em 29/01/2020
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