Da ignorante escolha de não amar
A abertura para o amor tem aparência de precipício.
Talvez por isso amar é abrir-se ao destino sem firmar nenhum contrato de seguro.
Daí a necessidade pós-moderna de preferir falar de amor sempre com o verbo “fazer” em sua precedência:
— não se guarda intimidade, é mais suave que a expressão “transar” ou correlatos e, ademais, o indivíduo não se coloca em situação de alto risco emocional.
Ocorre que todo esse receio e essa busca por rosa sem espinhos é burra na medida em que guarda-se amor para a próxima vida, sendo que esta, via de regra, e para bem e para mal, não há.