Amor Vadio

É um amor vadio.

Se chega sai o mundo pela porta lateral, sem bulha

e o que sobra é a festa.

Uns dias de folga e folguedo,

um prazer forte e sem medo,

uma voz que traz os sons que valem mais

e silencia o resto.

Tudo o que acontece é pela emoção anunciado.

Comida, sexo e bailado.

Bebida e o mar, o céu, outro qualquer lugar

onde tudo o que haja para,

tudo o que ali esteja emudece e cega.

Só eu e o meu amor vadio para encher a terra

que se acanha num abraço, no peito, na pele

que vai onde o pensamento a toque.

E depois… tudo.

Um tudo que abala e estremece,

que se escreve sem letras, que é tão intenso e tão leve,

assim de lama e aço, de já nem saber sei o que faço.

E sobe, desce, ama, morre, acorda e vai.

Sempre que volta, dispo-me de gala.

Edgardo Xavier
Enviado por Edgardo Xavier em 29/01/2020
Código do texto: T6853407
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