Amor Vadio
É um amor vadio.
Se chega sai o mundo pela porta lateral, sem bulha
e o que sobra é a festa.
Uns dias de folga e folguedo,
um prazer forte e sem medo,
uma voz que traz os sons que valem mais
e silencia o resto.
Tudo o que acontece é pela emoção anunciado.
Comida, sexo e bailado.
Bebida e o mar, o céu, outro qualquer lugar
onde tudo o que haja para,
tudo o que ali esteja emudece e cega.
Só eu e o meu amor vadio para encher a terra
que se acanha num abraço, no peito, na pele
que vai onde o pensamento a toque.
E depois… tudo.
Um tudo que abala e estremece,
que se escreve sem letras, que é tão intenso e tão leve,
assim de lama e aço, de já nem saber sei o que faço.
E sobe, desce, ama, morre, acorda e vai.
Sempre que volta, dispo-me de gala.