Depois de você...
O silêncio tomou o espaço que lhe cabia... No lugar do diálogo, da cumplicidade, das histórias de nós dois, não existe nada além de quietude...
O riso fácil que me acometia frequentemente quando lembrava das brincadeiras que fazíamos, perdeu-se na triste memória de um adeus improvável...
Os desejos, do toque, da pele, do amor livre, de pertencimento, como havia, aos poucos parece não mais habitar meu corpo...
Os sonhos cederam lugar a pesadelos de dor e imagens desconexas e confusas sobre o que vivêramos e quem foramos um para o outro...
Lugares que antes tinham nossa marca, nossa identidade, hoje só se prestam a machucar memórias preciosas...
Aquele que outrora você conhecia e amava, aquele que tirava o seu melhor, que te fazia feliz, ficou lá atrás, intocado junto com o passado a ser esquecido...
Muito de mim se transformou com as vissicitudes que vieram na esteira da distância, da perda de convívio e da intimidade que estávamos acostumados...
Só a crença que me habita há muito não sucumbiu ao tempo e as imponderabilidades... A crença naquilo que sinto, que segue comigo, que me acalenta nos dias mais difíceis do meu viver... ainda vive em mim...
O amor que me acompanha, que lhe foi destinado, que nunca me abandonou, que sempre estará aqui em seu nome, esse, é uma certeza que trago em meu coração... para ele, amor, nunca houve um depois de você...