A flor e o campo
À flor morena
De morenos gestos,
Gentis afagos
Declinou o prado.
Cantando a lira
De áureos poetas,
Nos travesseiros
De cetim calado.
Mas o martírio,
Pensamento impuro,
Desafiando teu impune ato
Impingiu-te o amor.
E quem tê ama
Das entranhas mortas,
Na aurora d’ouro
Desprezou-te a flor.
Sabendo o talo
De total descanto
Pendeu-se triste
Ao leito de eterno pranto.
E a rubra face
Delicado encanto,
Da flor maldosa
Entregou ao campo.