PEÇAS DA NULIDADE

Não tenho fé porque é absurdo,

ainda que o deserto se agite

e suceda a aberração

do que é desabitado.

Não acredito porque é um erro,

não obstante, sopra um vento muito forte,

viração a confirmar

a marca do que seria impertinente.

Há muito pouco porque tudo é muito ambíguo

mas há um instante,

quando algo é impreciso;

quando o presente solitário

adquire o passado,

- forma básica do nada em movimento-

que o amor,

- aquilo que arde

porque o ódio é seu avesso -

embora suspenso,

recupera um precário mito,

a bagatela da tua vida,

migalha que respira.

NOVA MECÂNICA

Paulo Fontenelle de Araujo
Enviado por Paulo Fontenelle de Araujo em 27/01/2020
Reeditado em 30/03/2024
Código do texto: T6851692
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