BOM-BOCADO
Seu carinho é manhã que nasce e clareia tudo, quero acordar com ela, contigo,
Viver o risco de acostumar com o doce antes do salgado, gostoso bom–bocado,
Que não enjoa, coisa boa que só me faz bem, aglutina almas, me faz seu refém
Com ar de desdém, de quem já sabe que rege tudo ao redor neste ritmo próprio.
Óbvio que não será fácil, melodias complexas requerem mais suor na execução,
Misto de técnica e paixão, paciência, aderência a coexistências mais singulares,
Perdidas entre olhares que se buscam em todos os lugares e alheias ao mundo,
Transformando medos em cortinas de fumaça frente à iminência de um furacão.
Veja o tempo implacável, irredutível com seus muros de proteção, toda arguição
Desmentida pelo beijo sorrateiro, desejado, sem rumo, agora visitante costumaz,
Que de tanto fez como tanto faz, quis ser mais que uma simples, bela divagação,
Repousou no coração, tão acostumado a viver com o pouco que lhe destinavam.
Redesenhado o viver enlouquece, se esquece que acumulará mil compromissos,
Ri do novo início, homéricas confusões, corridas de bastões que vivem no chão,
Aos que já tenham passado por isso, desatino juvenil, bagunçado e pueril, sorry,
O cabeça de vento quer consertar mas, segue amando a causadora de tudo isto.