LAMPEJO
Quando a dor aperta no peito, você chama de saudade eu de lampejo,
Quando cede um beijo, cede ao desejo que não foi capaz de controlar,
Se falam que é química, digo que é mímica, balé que sabemos dançar,
Tecnicamente é sexo, mas, acho mais complexo, um convite para ficar.
Se comentam que estou pegando, vou retrucando, digo que é a paixão,
Sussurraram que estamos de quatro, mas de quatro é só uma variação,
Perguntam se não estou mais saindo, é que esta fluindo a empolgação,
E querem saber se isso passa, digo passa, só esperar uma encarnação.
Foi meio um acaso, destino, o acidente de percurso, um último recurso,
A cantada efêmera que soou legal, um pega geral que grudou, não saiu,
Não acredito em sorte, mas, a morte deve ser não rezar para acontecer,
Já decorei seu telefone, todo seu nome, seu corpo, antes que o retome.
Agora que o papo ficou sério, ando meio aéreo e pulo sem paraquedas,
São essas coisas de perder o medo, de jurar segredo, não se aguentar,
Quem sabe seja a fórmula duradoura, manjedoura salvadora, é só amor
Da forma mais simples, sem requintes e, como ele se apresenta melhor.