LAMPEJO

Quando a dor aperta no peito, você chama de saudade eu de lampejo,

Quando cede um beijo, cede ao desejo que não foi capaz de controlar,

Se falam que é química, digo que é mímica, balé que sabemos dançar,

Tecnicamente é sexo, mas, acho mais complexo, um convite para ficar.

Se comentam que estou pegando, vou retrucando, digo que é a paixão,

Sussurraram que estamos de quatro, mas de quatro é só uma variação,

Perguntam se não estou mais saindo, é que esta fluindo a empolgação,

E querem saber se isso passa, digo passa, só esperar uma encarnação.

Foi meio um acaso, destino, o acidente de percurso, um último recurso,

A cantada efêmera que soou legal, um pega geral que grudou, não saiu,

Não acredito em sorte, mas, a morte deve ser não rezar para acontecer,

Já decorei seu telefone, todo seu nome, seu corpo, antes que o retome.

Agora que o papo ficou sério, ando meio aéreo e pulo sem paraquedas,

São essas coisas de perder o medo, de jurar segredo, não se aguentar,

Quem sabe seja a fórmula duradoura, manjedoura salvadora, é só amor

Da forma mais simples, sem requintes e, como ele se apresenta melhor.

Sérgio Sousa
Enviado por Sérgio Sousa em 25/01/2020
Código do texto: T6850333
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