MORTE ANUNCIADA
Um dia eu vou morrer de tanto pensar, de tanto escrever,
Até dei de tocar, cismei de cantar e não consigo entender,
Se está tudo bem, sem mais, porém, ponho tudo a perder,
São ciclos disformes, vazios enormes, começou a chover.
É tanta inundação, tanta embarcação cortando as ondas,
Por onde andas, meu bem, meu amém termina em você,
Minha linda, a dinda que todo mundo sonhou, aí fechou,
Só dá um alô, que eu passo um café, venha hoje, se der.
Uma noite irei ressuscitar, por cansar de morrer e sofrer,
Até levantar uns trocados, assustar no halloween, enfim,
Está tudo bem, vamos pegar o trem e pedir uma cerveja,
Chame o garçom, mande encher a mesa, bora lá beber.
Quando cansar de loucuras, vamos falar bem mais sério,
Moramos no mesmo hemisfério, hora do namoro render,
Quero tanto ser pai, gêmeos, mesmo boêmios, pode ser?
Fica assim não, vai dar tudo certo, já podemos começar?