CONEXÃO

Quando o tempo se depara com o despertar sonolento

De sonhos ambientados em imponentes arranha-céus

Ali mesmo onde os pássaros causam inveja aos mortais

Estes olhos que alimentaram rios contemplam horizontes

Dentes que se confundem com as nuvens, cama do piano

Manancial da alma, luz que acalma, fagulha de sentimento

Sentinela do desejo, começo do beijo incipiente, embrionário

Cabelos que se aninham onde os dedos queriam estar, ninho

Paladar que a boca veio aguçar, num acaso do destino, vinho

Seiva que circula entre amontoados de cinza e concreto, vida

Matéria que deu forma à perfeição confinada em uma tela

Imagem permeável irrigando veias como corpo do espírito

Tamanho atrito não rompe as barreiras e a sede não finda

Resta o lençol de vidro irradiando calor digital aos conectados

Sérgio Sousa
Enviado por Sérgio Sousa em 23/01/2020
Reeditado em 27/02/2020
Código do texto: T6848587
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