CONEXÃO
Quando o tempo se depara com o despertar sonolento
De sonhos ambientados em imponentes arranha-céus
Ali mesmo onde os pássaros causam inveja aos mortais
Estes olhos que alimentaram rios contemplam horizontes
Dentes que se confundem com as nuvens, cama do piano
Manancial da alma, luz que acalma, fagulha de sentimento
Sentinela do desejo, começo do beijo incipiente, embrionário
Cabelos que se aninham onde os dedos queriam estar, ninho
Paladar que a boca veio aguçar, num acaso do destino, vinho
Seiva que circula entre amontoados de cinza e concreto, vida
Matéria que deu forma à perfeição confinada em uma tela
Imagem permeável irrigando veias como corpo do espírito
Tamanho atrito não rompe as barreiras e a sede não finda
Resta o lençol de vidro irradiando calor digital aos conectados