Amada
Sabe, eu queria deixar de te amar;
Queria que tudo isso não fosse nada;
Queria só não me importar,
Parar de escrever sobre a amada.
Meu peito aberto sangra teu nome,
Meu coração foi mutilado pela paixão,
Como se você fosse minha sede e minha fome,
Como se fosse tão minha, que não o é.
Minha ferida suja carrega teu rosto,
Você é a morte e a vida.
Meu corpo é um deserto solitário sem tua água,
Sem tua fauna.
Gritei aos sete cantos pelo teu semblante,
Um grito roco e fraco.
Orei a todos os santos por você,
Mas o silêncio foi a resposta,
A melhor resposta e a pior derrota.
Afoguei-me no teu sangue,
Passei sede no seu corpo.
E pra quê?
Só para te perder sem nunca te ter.
Pedro Lino.