ETERNIZO
Cobram-me o não amar, e o aceito
de graça
Não concedo por medo, e o coração
dilata
Eu que nada sei, me acham mestra,
de que será?
Penso na demora, no mutável no
palpável
Amor que ruboriza com banalidades
sem vaidades
E que poeticamente mareja os olhos,
e se enternece
Esse bendito verbo, que todos querem
conjugar
Eu vivo com louvor de triste velho,
sem saber-se sábio
E na eloquência de amor em agonia
peço sua presença
Ainda que suposto poeta, transmuto-
me em pétalas
Nas brincadeiras de mal me quer
bem me quer
Sem saber que o querer já foi traçado
na ótica dos meus olhos
Assim te eternizo em meus poemas,
onde está, em todas as linhas
Adele pereira
16/ 01/20