Amor_ódio
Toma para ti meu gozo cheio
de saudades
Minha insanidade, meu corpo
disforme retalhado
Olha-me no espelho, veja todo
meu cruel passado
Veja em meu corpo sua morada,
na penumbra isolado
Terra triste sofrida a ser arada, no
qual plantou ódio-amor
Da caça se fez perseguidor e em
carne recriaste poesia
Eu supondo seus passos trilhas para
meu andar solitário
Merecida luta por tanto amar, rio
nascente que não quer secar
Lagunas vinda não sei de onde, que
obscurece a mente
Fere-me meus dramas meus ais, mas
só assim encontro paz
Porque assim aprendi, que os cantos
de cegos, tem mais beleza
Nessa simetria de justeza eu canto
a melodia de ódio-amor
Para de graça alcançar alivio, ilusão furtiva.
Adele Pereira
15/01/20