NÔMADE CORAÇÃO
Meu coração andarilho!
Que de tanto amar
Se deixou levar por sentimentos
Que eram passageiros.
Meu coração que vaga
Pela a cidade nua a sua procura;
Perambulando pelas vazias ruas
Que outrora agasalhou os nossos corpos.
Meu coração de papel;
Frágil como às plumas que divagam
Como espumas ao vento.
Meu coração transparente;
Como os cristais que outrora
Resplandeciam nossos rostos
Nos porta-retratos da vida.
Meu coração de tantas faces;
Que aos poucos se foram transformando
Com o fulgor das ilusões
E, me fez escravo da renúncia.
Ah, meu coração amante;
Boêmio das madrugadas;
Parceiro de tantas luas
Nômade dos amores impossíveis.