ELA
“Ela!
O ser é ela.
Algo que a faz assim
Cheia de nãos e sins.
E talvez,
alguma vez,
não houve um talvez.
Quis fazer valer a vez.
O momento.
Sentimento
Que a faz ser inteira.
No coração, é certeira
A dose.
A posse.
Minha alma em suas mãos.
Meus olhos colhendo grãos.
Sementes
Pungentes
Do fruto de uma paixão.
Fermentando o pão.
Sustenta.
Inventa
Mil estradas e cem atalhos.
Árvores frondosas e seus galhos.
Cresceram.
Remeteram
A um destino inesperado.
Entre um caminho cruzado.
O seu.
O meu.
Cruzaste minha estrada torta
Ou eu que abri à ti, a porta?
Adentrou,
Se achegou,
Trazendo o olhar de Luar,
E sorriso de beira-mar.
Pés na areia.
Lua Cheia.
Nos ombros, o cabelo liso.
Diante de ti, eu já rendido
Ao olhar,
Ao tocar.
União muda de almas
E equivalentes calmas
Nuas
Duas
À espera do abraço,
À submissão do laço
Envolvente,
Permanente
No doce sabor do beijo.
Morderam a fruta do desejo.
Vê-la.
Te-la.
Em meus olhos, gratidão.
Liberdade, em minhas mãos
O céu.
O mel.
Lugar que, com ela, estarei
O gosto do corpo, que provarei.
Nascer.
Viver.
Um sentir infinitamente são;
Chama que não é em vão.
Lado
A lado.
Pincel e tinta: paisagem na tela.
O mesmo lugar, eu e ela.”