Perdoa-me
Meus pedidos de desculpa ecoam pelas paredes da sua teimosia
Tentando penetrá-las com cautela
Enquanto seu silêncio me assassina a calma tornando o medo de te perder pra sempre estampado em minha carne
Nesse momento eu sou refém do seu perdão e peço que derrube esses tantos muros que ergueu no fervor da sua raiva
E guarde aí dentro, bem aí dentro um quarto de pausa pra me ouvir protestar
Há dias onde eu encaro suas fotos pensando na imensidade dos mares que nos separam agora, comparando com a imensidão da morada que já tivemos uma na outra
Não há espaços para saudade no seu coração cheio de mágoas e não há espaços para felicidade no meu cheio de arrependimentos
Dia após dia esses mares ganham mais distância, transformando todo aquele amor em engano
A morte me acompanha na estrada da dor que eu construí e minha alma sangra partida, a partida da sua outra metade
Me diz, como um amor como o nosso se deixou ser infectado pelas mentiras? De tão saudável e inocente, se tornou doente e morreu
Carrego a certeza no peito que o meu lar desmoronou
E permaneço sentada sobre os cacos de recordações que você me deixou.