Perdoa-me

Meus pedidos de desculpa ecoam pelas paredes da sua teimosia 

Tentando penetrá-las com cautela 

Enquanto seu silêncio me assassina a calma tornando o medo de te perder pra sempre estampado em minha carne

Nesse momento eu sou refém do seu perdão e peço que derrube esses tantos muros que ergueu no fervor da sua raiva 

E guarde aí dentro, bem aí dentro um quarto de pausa pra me ouvir protestar 

Há dias onde eu encaro suas fotos pensando na imensidade dos mares que nos separam agora, comparando com a imensidão da morada que já tivemos uma na outra 

Não há espaços para saudade no seu coração cheio de mágoas e não há espaços para felicidade no meu cheio de arrependimentos 

Dia após dia esses mares ganham mais distância, transformando todo aquele amor em engano

A morte me acompanha na estrada da dor que eu construí e minha alma sangra partida, a partida da sua outra metade

Me diz, como um amor como o nosso se deixou ser infectado pelas mentiras? De tão saudável e inocente, se tornou doente e morreu

Carrego a certeza no peito que o meu lar desmoronou

E permaneço sentada sobre os cacos de recordações que você me deixou.  

Grécia
Enviado por Grécia em 05/01/2020
Código do texto: T6835058
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