Dormir em Ti
Ah, dormir em ti!
Convulso de maré, náufrago do amor,
ilhado em ti...
O mar de amar singrado a beijos,
o sal da pele ardendo aos lábios
e com olhos estrelados
mergulhar em sono morno.
Dormir em ti,
ainda em ti, depois do céu vivido
em vôo duplo,
após o pouso no repouso de algodão
seguir contigo, corpos trêmulos,
no percurso da noite até a manhã.
Dormir em ti,
o sono aéreo dos seres que transcendem
úmidos de nuvem, tépidos de lua,
na ingenuidade da nudez divinizada,
envolto em braços ternos
e pétalas de rosa serenada.
Ah, dormir em ti!
E acordar do encantamento
com matizes de arrebol
na aurora do teu riso.