ÚLTIMOS INSTANTES

É madrugada. Meu rosto está lívido!

A boca amarga os dissabores da ilusão...

Terrível angústia me assalta e, em vão,

Busco respirar, mas é azado meu libido.

Deitado e frente ao espelho, vejo-me tonto;

Tento sorrir, porém é o choro que me afaga

E, fatigado, o corpo procura por uma adaga

Para pôr fim a este malfadado confronto.

Sinto em mim que é chegada a despedida...

Lamento profundamente o que não fiz na vida

E peço compaixão para um coração sofredor!

Parto. Talvez no espaço eu seja bem mais feliz

Já que lutei e lutei e meu regaço a terra não quis...

Morro, enfim, como quem viveu só por amor!

DE Ivan de Oliveira Melo

Ivan Melo
Enviado por Ivan Melo em 29/12/2019
Código do texto: T6829708
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